Rio Grande do Sul
Delegados do Rio Grande do Sul retomam silêncio à imprensa em protesto por reajuste salarial
Editora da Revista Viral Apresentadora do Programa Em Foco na Rádio CBS FM e integrante da equipe de jornalismo da Rádio. Assessora de comunicação da Coopeagri Produtora de Conteúdo Digital

Após pouco mais de um mês de interrupção nas entrevistas e na divulgação de informações à imprensa sobre operações policiais, a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep) decidiu retomar a medida. O motivo subjacente a essa ação é a falta de um reajuste salarial considerado justo pela categoria.

A decisão foi tomada em uma assembleia da Asdep na noite desta quarta-feira (20), resultando na unanimidade dos membros presentes. De acordo com Guilherme Wondracek, presidente da entidade, a medida passará a valer a partir de quinta-feira (21). A Asdep alertou que os delegados que desrespeitarem essa deliberação serão encaminhados ao Conselho de Ética da associação.

O principal ponto de discordância entre os delegados e o governo gira em torno do reajuste salarial. Wondracek esclarece que a categoria está pleiteando um aumento progressivo de 40% até 2026. Ele salienta que nos últimos dez anos, houve uma defasagem de 60% na remuneração dos policiais civis.

“O último reajuste digno que a categoria teve foi em 2013. Desde então, sofremos uma defasagem de 60%. Buscamos um tratamento salarial equiparado a outras carreiras do Executivo. Estamos dispostos a conceder um prazo de três anos, mas a valorização não está sendo correspondida pelo governo. Em São Paulo, por exemplo, os policiais receberam um aumento de 20%, seguido de mais 20% depois disso”, destaca o presidente da Asdep.

Wondracek enfatiza que ao restringir a divulgação de informações à imprensa sobre as operações da Polícia Civil, os avanços na segurança pública do Estado deixam de ser noticiados, prejudicando a transparência e a divulgação dos esforços do governo nessa área.

A estratégia do silêncio já havia sido adotada no final de outubro, sendo interrompida duas semanas depois após negociações com o Piratini. No entanto, segundo Wondracek, a reunião desta quarta-feira foi a quarta realizada sem uma resolução efetiva para os servidores. Ele critica ainda o fato de a associação não ter sido recebida diretamente pelo secretário da Casa Civil ou pelo próprio governador para discutir o assunto, algo que, segundo ele, era comum em governos anteriores.

A expectativa agora está voltada para possíveis desdobramentos dessas medidas adotadas pelos delegados, enquanto a negociação entre a categoria e o governo prossegue, deixando em suspenso a divulgação de informações cruciais à imprensa sobre as operações policiais no Rio Grande do Sul.

Fonte: Mateus Bruxel / Agência RBS
Foto: Em outubro, policiais civis protestaram por melhorias como reajuste e pagamento de horas extras em Porto Alegre.

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